segunda-feira, 9 de junho de 2014

Oscar Paris

A viagem no verão de 91 seria para curtir férias e visitar o irmão que trabalhava em Salvador, mas depois de participar despretensiosamente de testes da TV Bandeirantes e do jornal Correio da Bahia, Oscar Paris, um colorado apaixonado por futebol e churrasco, nem voltou mais à Porto Alegre “para arrumar a mala”.  Veio para ficar e marcou seu nome no jornalismo baiano.

Nascido em 20 de novembro de 1964, dia da Consciência Negra, no ano do Golpe Militar, Paris não passa costuma passar em branco. Eclético, ele domina bem a linguagem e as manhas típicas de cada meio. Um expert na mensagem.

Iniciou a vida profissional no Jornal NH - o principal da cidade de Novo Hamburgo, na Serra Gaúcha, como repórter de polícia. Vem daí a paixão pelo jornalismo investigativo, que nunca deixou de exercer e, por isso, coleciona admiradores e desafetos. Paris não tem medo do adversário, muito menos de bola dividida. Seu lema serve como norte para os que estão iniciando na profissão: “Informar o público, desconfiando das fontes”.

Na Boa Terra, além de repórter, trabalhou em diversas posições, sempre demonstrando versatilidade e a mesma categoria. O coringa que todo treinador quer ter na equipe. No currículo acumula passagens por diversos veículos, entre eles, os jornais (Correio, Jornal A Tarde e Jornal da Bahia), as televisões (Bandeirantes, Aratu, TVE e CNT) e as rádios (Metrópole, Band FM e Subaé).

Apesar de estar fora de campo há algum tempo, desde que passou a ser processado pela reportagem que denunciou uma fraude na FBF Federação Baiana de Futebol, Paris continua a ser parado nas ruas e costuma sempre ouvir uma frase que lhe enche de orgulho: “está fazendo falta!”.  

A explicação para tal reconhecimento vem da sua longa trajetória como apresentador, editor, chefe de reportagem, ator, locutor, assessor, marqueteiro... e por último, poeta/compositor. A verdade é que Paris continua se reinventando, movido pela inspiração, ou melhor, pelas palavras, em uma nova forma de conexão com o público.

*Texto escrito por Lucas Pondé


Poletrando
(Oscar Paris)

 "Eu queria escrever o melhor poema do mundo
 Ser sincero e profundo
 Dizer com precisão e de uma só vez o que talvez ninguém tenha dito
 Queria dar chance aos malditos, aproximar o aqui do infinito e, se der tempo, por em cheque o lado bom dos benditos
 Traduzir de forma clara e sucinta tudo aquilo que realmente sinto, incluindo raiva, temor, orgulho e até quem sabe o amor
 Queria encontrar nos versos as palavras certas, inversas, ter o poder da oratória, me enxergar poeta e o poema definitivo escrever
 Queria usar e abusar dos sinônimos, deixar o leitor atônito a cada pronome, a cada sílaba tônica
 E ainda por cima conjugar com licença poética os verbos que fertilizam a métrica e fazem do sujeito a rima
 Queria só poder expressar a verdade do eu e te fazer pensar que a solidão pode ser a solidez do próprio viver...
 Assim que tudo passar"


Leia também o artigo Quanto custa calar Oscar Paris, escrito pelo professor Paulo Leandro.

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